FabioTV "Apocalipse" termina como grande decepção 4/7/18, 12:00, por Vcfaz
Olá, internautas
Nesta segunda-feira (25/06), “Apocalipse” chegou ao fim. A novela começou com uma ótima expectativa. Boa história. Uma trama contemporânea com gravações internacionais, incluindo Estados Unidos e Israel. Elenco com novos nomes, como Joana Fomm, Bia Seidl e Emilio Orciollo Netto. Primeiro capítulo muito bem produzido.
Porém, a novela logo nas primeiras semanas mostrou a que veio. A Igreja da Sagrada Luz, inspirada nitidamente na Igreja Católica, incomodou profundamente parte dos telespectadores. Os índices de audiência começaram a minguar.
Graças ao rearranjo na grade de programação, o efeito cascata oriundo da reprise de “Os Dez Mandamentos” ajudou a não transformar em um verdadeiro apocalipse a faixa das 20h30. A novela ficou ao redor dos 9 pontos de média. Poderia ter sido pior.
Sergio Marone não viveu seus melhores momentos na teledramaturgia. A entonação da voz de Ricardo Montana ficou idêntica ao faraó Ramsés. E a comparação ficou ainda mais perceptível com a nova exibição da novela de Moisés e companhia.
Por outro lado, os atores mais experientes conseguiram um bom desempenho, como Flavio Galvão, que interpretou Stefano Nicolazzi, e Jussara Freire no papel de Tamar Koheg. Aliás, o núcleo judaico foi o melhor desenvolvido na trama.
A “interferência” da cúpula da Record foi confirmada por um dos roteiristas em entrevista ao “Programa do Porchat” exibido na última semana. Emilio Boechat confidenciou que a direção do canal (ou melhor, IURD) sinalizava os momentos certos para a entrada das passagens e profecias do texto bíblico. O roteirista ainda falou que havia cinco caminhos que poderiam ser adotados na novela, mas eles escolheram apenas um.
A novela foi dirigida claramente aos evangélicos. Não abarcou todos os telespectadores. “Apocalipse” foi a trama, dentre todas (inclusive minisséries), que mais segmentou uma trilha religiosa. E o resultado ficou ruim. Até mesmo os efeitos especiais não despertaram repercussão, como ocorreu em “Os Dez Mandamentos”.
Aliás, a Record deveria repensar a terceirização do departamento de teledramaturgia. Desde a entrada da Casablanca, as produções exibidas pela emissora perderam público. E isso não é coincidência. Tive a oportunidade de conversar com um ator sobre o assunto. Ele revelou que é diferente trabalhar para a Record e Casablanca. Na produtora terceirizada, há prazos (mais exíguos) a serem cumpridos que comprometem o melhor resultado artístico. E isso é visível no vídeo.
“Apocalipse” não deixará saudades. O último capítulo simbolizou a má condução da novela. Uma pena.
Fabio Maksymczuk
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