O canal de TV por assinatura Canal Brasil exibe com exclusividade neste sábado, dia 5 de março, a partir das 21h, o documentário inédito "Só dez por cento é mentira" sobre o poeta Manoel de Barros.

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Um original mergulho cinematográfico na biografia inventada e nos versos fantásticos do poeta sul-mato-grossense Manoel de Barros. A direção é de Pedro Cezar – o mesmo de Fábio Fabuloso (2004) –, também responsável pelo roteiro e pela narração. O longa-metragem ganhou, em 2009, o prêmio de melhor documentário no Festival de Paulínia e no Fest Cine Goiânia, onde recebeu o troféu de melhor direção de documentário.

O diretor faz uma viagem pela “desbiografia” do poeta, sempre avesso à exposição, a partir de uma entrevista inédita. O filme ainda traz a leitura de muitos de seus versos, construindo um revelador painel da linguagem do autor, considerado o mais inovador em língua portuguesa. Só Dez Por Cento É Mentira ultrapassa as fronteiras convencionais do registro documental. Segue um projeto visual inventivo, com emprego de dramaturgia, recursos ficcionais e propondo representações gráficas alusivas ao universo extraordinário do biografado.

Manoel de Barros nasceu em 1916, em Corumbá (MS), onde passou a infância. Aos 13 anos, foi estudar num internato religioso no Rio de Janeiro, cidade que deixou em 1949, quando voltou ao Pantanal para tomar conta de uma fazenda herdada do pai. Viajou pelo mundo, chegando a viver em Nova Iorque, Paris, Roma e Lisboa. Afastado dos círculos literários, só começou a ter êxito na década de 1980 ao lançar arranjos para assobio, aos 66 anos. Advogado e fazendeiro, é um dos mais respeitados escritores nacionais e, atualmente, o recorde de vendas no gênero poesia. Aos 93 anos, com 20 livros publicados e consagrado por diversos prêmios literários, leva uma vida de “vagabundo profissional" – como o próprio define o ofício de ser poeta em tempo integral – em Campo Grande, longe da mídia.

Procurando dar outro significado às “desimportâncias” biográficas e à personalidade escalena do escritor, Pedro Cezar pontua a produção com momentos de breves testemunhos ao fundo. Narrado na maior parte das vezes em tom pessoal, o documentário busca, sobretudo, uma voz próxima da simplicidade e da afetividade do personagem, distante da pretensão de uma análise mais teórica.

O título é inspirado na notória frase de Manoel sobre sua própria obra: “Noventa por cento do que escrevo é invenção. Só dez por cento é mentira". Mesmo sabendo que, entre invenções e mentiras, pouco teria de verdade, o cineasta não desistiu de entrevistar o escritor. Conversou também com atores, familiares e cineastas, como Joel Pizzini – diretor do curta-metragem Caramujo-flor (1988), sobre o mesmo homenageado. Bianca Ramoneda, Abílio de Barros, Viviane Mosé, Fausto Wolff, Elisa Lucinda, Adriana Falcão e Jaime Leibovicht, dentre outros, completam os depoimentos.

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