Elis Miranda ( Silvero Pereira )

Paixão nacional, as novelas fazem parte do dia a dia e da história dos brasileiros. E, como um reflexo da vida real, por muitas vezes elas tiveram papel fundamental ao fomentar debates e discussões necessárias em diferentes décadas, de diversas maneiras, ao longo dos anos. Cenas e personagens LGBTQIA+ que marcaram época ajudaram a pavimentar o caminho para um presente com mais inclusão, respeito e representatividade.

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Ao longo de três episódios, Orgulho Além da Tela, uma série documental Original Globoplay que estreou nesta segunda-feira, dia 11, faz um retrospecto da trajetória das novelas da Globo, desde os anos 70 até os dias atuais, acompanhando a evolução da pauta na sociedade e na forma como é abordada na ficção. Ao mesmo tempo, mostra o impacto das tramas ficcionais em muitas histórias de vida reais.

O recorte foi feito em cima de personagens que tiveram mais espaço dentro das novelas e que foram importantes para criar um diálogo com a sociedade. A gente começa com o primeiro personagem, feito pelo Ary Fontoura em 1970, e, a partir daí, vamos destacando outros que fizeram essa história avançar“, conta a diretora geral Antonia Prado. “Ao todo, foram 50 pessoas entrevistadas entre elenco da Globo e personagens da vida real que falam sobre a construção desses personagens e o reflexo deles na sociedade. São simbólicos e discutiram de forma mais aprofundada questões que envolvem orientação sexual e identidade de gênero, gerando um debate na sociedade”, destaca o redator Lalo Homrich, que concebeu o projeto a partir de sua tese de doutorado sobre o tema.

Ao traçar essa cronologia, o documentário costura o material de acervo com depoimentos dos atores que deram vida a essas histórias e das mentes criativas por trás das obras, como Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares, Walcyr Carrasco, Gilberto Braga, Manoel Carlos, Euclydes Marinho, Silvio de Abreu, Gloria Perez e Dennis Carvalho. Especialistas, ativistas e formadores de opinião também participam, como o influenciador digital Hugo Gloss e o jornalista Jorge Luiz Brasil.

Alguns personagens que aparecem nos dois primeiros episódios são Rodolfo Augusto (Ary Fontoura), de ‘Assim na Terra como no Céu’; Inácio (Dennis Carvalho), de ‘Brilhante’; Cecília (Lala Deheizelin) e Laís (Christina Prochaska) de ‘Vale Tudo’; Buba (Maria Luísa Mendonça), de ‘Renascer’. Leila (Silvia Pfeifer) e Rafaela (Christiane Torloni), de ‘Torre de Babel’; Clara (Alinne Moraes) e Rafaela (Paula Picarelli), de ‘Mulheres Apaixonadas’ (2003); Júnior (Bruno Gagliasso) e Zeca (Erom Cordeiro), de ‘América’; Gilvan (Miguel Roncato), de ‘Insensato Coração’; Crô (Marcelo Serrado), de ‘Fina Estampa’; Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso), de ‘Amor à Vida; Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller); de ‘Em Família’ (2014); Estela (Nathalia Timberg) e Teresa (Fernanda Montenegro), de ‘Babilônia’ (2015); e Maura (Nanda Costa) e Selma (Carol Fazú), de ‘Segundo Sol’ (2018).

O último episódio foca na identidade dos personagens. Foi um longo caminho de tabus e preconceitos a serem rompidos desde ‘Tieta’ (1989/1990), quando a atriz Rogéria deu vida a Ninete, até os dias de hoje, com as interpretações recentes de Nany People vivendo Marcos Paulo, em ‘O Sétimo Guardião’, Carol Duarte e Silvero Pereira, na pele de Ivan e Nonato em ‘A Força do Querer’ (2018), e Glamour Garcia, com a Britney de ‘A Dona do Pedaço’ (2019).

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