O SescTV exibirá no dia 21 de janeiro, sábado, às 23 horas, Utopia e Barbárie, do carioca Silvio Tendler, um dos documentaristas mais respeitados do Brasil. O longa-metragem foi produzido durante 19 anos, lançado nos cinemas em 2010 e concentra depoimentos de cineastas, políticos, filósofos, jornalistas e vítimas da guerra e repressão em 15 países, inclusive o Brasil, sobre o papel da utopia e da barbárie nas relações humanas.

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Rico e abrangente, o filme aborda momentos tumultuados e polêmicos como a bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki, o Holocausto, a Revolução de Outubro, a ditadura militar na América Latina, a Operação Condor, o Muro de Berlin, a resistência negra nos EUA, a Guerra do Vietnã, os conflitos no Congo, a guerrilha do Araguaia, a chegada do neoliberalismo, entre outros. Graças à minuciosa pesquisa realizada por Silvio Tendler que, em 2010, completou 60 anos de vida, Utopia e Barbárie oferece diferentes pontos de vista que incitam reflexão profunda sobre as conseqüências das escolhas humanas no exercício da existência.

Martin Almada (Paraguai), ativista dos direitos humanos, o cineasta Andre Heinrich (EUA) e a escritora Susan Sontag (EUA) fazem um prefácio sobre o que significa utopia, ao darem suas impressões sobre o papel da memória na construção de sentidos para a vida. Ivan Izquierdo (Argentina), médico e biólogo, contribui definindo: “somos aquilo que queremos esquecer”. E Susan Sontag é categórica quando esclarece que nos dizem o que devemos pensar e dizem que estas são as nossas memórias. “Somos ensinados a lembrar”, completa.

No Brasil, os dramaturgos Amir Haddad, Augusto Boal e Zé Celso Martinez, a presidente Dilma Rousseff, o escritor e jornalista Eduardo Galeano, o poeta Ferreira Gullar e o jornalista Franklin Martins são responsáveis por emocionantes depoimentos em Utopia e Barbárie. Eles remontam o ano de 1968, com opiniões, fatos e histórias. Vale destacar que um dos pontos fortes do filme é desencadeado quando são exibidas cenas da morte do poeta Pablo Neruda e da comoção da população em seu funeral. Diversas vítimas, testemunhas e sobreviventes também narram suas trajetórias, como a argentina Macarena Gelman e a brasileira Naisandy Barret, ambas filhas de desaparecidos políticos.

Denys Arcand (Canadá), Amos Gitai (Israel), Gillo Pontecorvo (Itália), Fernando Solanas (Argentina), Hugo Arévalo (Chile), Marceline Loridan (França), Mohamed Alatar (Palestina), Shin Pei (Japão), além dos cineastas brasileiros Cacá Diegues, Sérgio Santeiro e Marlene França também contribuíram no documentário. Orçado em R$ 1 milhão, o longa-metragem foi lançado nos cinemas em 2010 e é narrado por Letícia Spiller, Chico Diaz e Amir Haddad. A trilha sonora é de Caíque Botkay, BNegão, Marcelo Yuka e pelo grupo Cabruêra.

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