Uma das séries mais cultuadas na década de 90 está de volta a TV brasileira a partir de setembro. O canal de TV por assinatura TCM estreia a série Arquivo X na segunda-feira, dia 19 de setembro, à meia-noite. A produção poderá ser vista todas as segunda e sextas, a partir da meia-noite. Tudo indica que extraterrestres, criaturas inclassificáveis e outras forças obscuras continuam à espreita (senão, como explicar tanta coisa inexplicável?). É por isso que os agentes especiais Fox Mulder e Dana Scully tinham mesmo que voltar.

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Com suas visões diferentes do mundo – Mulder acredita nos fenômenos paranormais e Scully é uma devota fervorosa da ciência –, esta dupla de agentes decididos voltará a deixar de lado as suas divergências para provar que são os mais eficientes na hora de descobrir a verdade escondida no Arquivo X, uma série de casos misteriosos para os quais o FBI nunca encontrou uma explicação.

Historicamente, o primeiro monstro que Mulder e Scully enfrentaram foi a audiência. No início a série exibiu índices modestos para os padrões da FOX nos Estados Unidos. Aos poucos ela foi se consolidando durante a primeira temporada, em 1993, e acabou sendo um desses casos muito raros em que um sucesso de massa também vira cult. A partir da segunda temporada, Mulder e Scully se tornaram parte da cultura popular, graças a frases como “a verdade está lá fora” (the truth is out here) e “não confie em ninguém” (trust no one). A partir daí eles deram origem a quadrinhos, novelas, um spin-off (a série The Lone Gunmen – Os Pistoleiros Solitários), dois filmes e até alguns bonecos tipo Barbie e Kent inspirados neles.

É claro que o sucesso conquistado não teve nada a ver com o sobrenatural e se deveu, em grande parte, à inspiração do criador da série, Chris Carter. Misturando na dose exata alguns ecos do Watergate, pesadelos sofridos pela série Kolchak e alguns toques de manchetes de tablóides sensacionalistas, Carter conseguiu, durante bem-sucedidas nove temporadas, explorar grandes fantasias (ou possibilidades) da ciência, da religião e do universo sobrenatural. Um programa do horário nobre nunca tinha sido tão subversivo. Por trás de cada história de conspirações extraterrestres, monstros e fenômenos paranormais costumava haver questionamentos à moral dos tempos atuais e a versões oficiais do passado.

Também não podemos esquecer os protagonistas, David Duchovny e Gillian Anderson, cujo carisma e boa química ajudou a criar personagens que conseguiram reverter certos preconceitos de gênero. Mulder era um homem sensível, calmo e até um pouco ingênuo, enquanto Scully era uma mulher fria, racional e com tendência a sacar a arma do coldre. A série os tornou muito populares. Duchovny aproveitou melhor esse sucesso e hoje é protagonista de outra série bem-sucedida, com arquivos mais para “três X”: Californication.

O programa foi pioneiro em trazer de volta à tona as teorias conspirativas, com uma produção de qualidade cinematográfica e roteiros de ação contínua. Seguindo a tradição de séries do gênero fantástico que se atreveram a dar um passo além, como The Twilight Zone – Além da Imaginação, Galeria do Terror e, principalmente, Kolchak e Os Demônios da Noite e Os Invasores, Arquivo X faz até uma homenagem inteligente a elas por meio dos seus protagonistas: Darren McGavin, como um agente considerado “o pai dos arquivos X”, e Roy Thinnes, que, ironicamente, interpreta um extraterrestre.

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