Theodomiro Romeiro dos Santos tinha o braço direito algemado a um companheiro do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário quando sacou, utilizando a mão livre, um revólver escondido em uma pasta e atirou contra um sargento da aeronáutica que acabara de lhe dar voz de prisão – o oficial veio à óbito imediatamente. Pelo assassinato, o ativista, à época com 18 anos, foi condenado à morte pelo governo militar, em uma medida extrema inexistente no país desde o fim do século 19. Depois de nove anos em reclusão na Penitenciária Lemos de Brito, em Salvador, conseguiu escapar.

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A coprodução do Canal Brasil, "Galeria F", assinada por Emilia Silveira remonta os passos da fuga a partir das memórias do protagonista desse episódio sombrio da história brasileira. A direção passeia pelas lembranças do personagem principal para reconstituir todas as etapas dos dois meses e 21 dias de duração da fuga de Theodomiro, hoje um juiz do trabalho aposentado. Para abrir as páginas de um capítulo obscuro da história do país, o roteiro vale-se de uma analogia clara logo em seus primeiros minutos, com tomadas do militante abrindo álbuns de fotos de época acompanhado da família.

Com naturalidade, ele mostra cliques dos tempos de cárcere e mantém o bom humor ao lembrar os momentos passados na penitenciária baiana. Acompanhado de Guga, um de seus quatro filhos, ele pega a estrada e começa a refazer seu caminho pelos mais de quatro mil quilômetros percorridos até encontrar asilo em Brasília antes de seguir para o exílio na França, de onde voltaria em 1985.

"Galeria F" estreia dia 26 de junho, às 22h no Canal Brasil.

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