Estreia neste sábado (17), às 22h00, na ESPN Brasil, o documentário “Heroicas” (HERoics, no original em inglês). O filme narra a coragem, perseverança, superação de barreiras, fracasso e redenção de mulheres no futebol. Uma das personagens do filme é a brasileira Marta, que venceu por cinco vezes o prêmio de melhor jogadora do mundo da FIFA.
Além de Marta, o documentário mostra os perfis detalhados das jogadoras Smith Kelly (Inglaterra) e De Lisa Vanna (Austrália), e destacam histórias únicas sobre um grupo de avós e idosas de uma equipe em Jerez, Espanha, que continuam a jogar aos 70 e 80 anos de idade. Há ainda uma árbitra, na República do Congo, que ganhou elogios da FIFA enquanto trabalhava sob o estresse de insultos de fãs, e uma oficial de justiça que usa o futebol para afastar adolescentes problemáticos de gangues em uma cidade da Califórnia.
Assim como a premiada série de documentários da ESPN chamada "30 for 30", as histórias do “Heroicas” contam com diferentes diretores, de origens culturais e países distintos, além de diversos gêneros de narrativa de televisão e cinema.
Confira o resumo das histórias:
De Dois Riachos para Umeå (Diretora: Adriana Yanez)
Nascida na pequena cidade de Dois Riachos, em Alagoas, Marta Vieira da Silva, conhecida simplesmente como Marta, transcendeu sua origem humilde para se tornar uma das maiores estrelas do futebol de seu país. Seus pés foram recentemente imortalizados no cimento (97º) fora do famoso estádio do Maracanã, junto com os pés de Pelé, Garrincha, Zico e Ronaldo. Mas em 2004, com 18 anos de idade, Marta saiu de Dois Riachos e foi para Umeå, na Suécia, como resultado de um contrato profissional com o Umeå IK. Ela deixou sua mãe e irmãos para trás no Brasil para começar uma viagem para um mundo tão diferente de seu local de nascimento e um mundo onde pudesse jogar futebol feminino como uma profissão. Através dos olhos e das palavras de Marta, e por meio dos membros da família que ela deixou para trás, Heroicas explora o ambiente social entre os dois países que ajudaram Marta a se tornar a atual, e cinco vezes, vencedora do prêmio de Melhor Jogadora do Mundo da FIFA – algo jamais conquistada por nenhum outro jogador do sexo masculino ou feminino.
El Chiquitin Fútbol Club (Sara Lozano)
Na Espanha, país dos atuais campeões da Copa do Mundo e da Europa, as leis e os costumes antigos ainda representam fortes barreiras contra as mulheres que procuram jogar o esporte. Mas o El Chiquitin Fútbol Club não segue os padrões. Desde 1995, as jogadoras, avós e idosas da cidade de Jerez, arrumam-se no vestiário, falam besteira e dão o máximo de si para seu treinador. A jogadora mais velha tem 85 anos e é conhecida por amigos e companheiras de equipe como La Trini, e suas companheiras de equipe compartilham o amor por jogar futebol.
Kelly Smith (Storm Hannah)
Aos 32 anos, Kelly Smith é sem dúvida a maior jogadora de futebol feminino de todos os tempos que inventou o esporte. Na Seton Hall University, Kelly quebrou vários recordes e o número de sua camisa foi aposentado, sendo a primeira atleta fora do basquete a receber esta homenagem. Ela perdeu a temporada de 2003 devido a uma ruptura do ligamento anterior cruzado. Quando a liga profissional de futebol feminino dos EUA (WUSA) encerrou suas atividades em 2004, as frustrações aumentaram para Kelly. Ela voltou para casa em Watford, na Inglaterra, e começou a "atenuar a sua dor com o álcool". Kelly voltou a marcar gols e disputou neste ano, pela Inglaterra, a Copa do Mundo Feminina de Futebol.
The Save (A Salvação) (Amanda Micheli)
Gina Castañeda, uma oficial de justiça adjunta em Watsonville, Califórnia, é mais conhecida por ser treinadora de futebol juvenil para afastar seus jogadores das guerras de gangues entre a maioria da população de imigrantes hispânicos de sua comunidade. Castañeda foi abandonada pela mãe. O futebol salvou sua vida, proporcionando-lhe alguma certa normalidade, transformando sua carreira no ensino médio em uma bolsa de estudos na San Francisco State University. Através de seu trabalho com os Aztecas, uma equipe de 20 meninos em sua maioria adolescentes em liberdade condicional, Castañeda procura fazer a diferença em sua comunidade.
L’ Arbitre (A Juíza) (Ruhi Hamid)
Marie Agnès Makengi Kapinga, também conhecida como Malou Mere, foi a primeira árbitra de futebol internacional na República Democrática do Congo. Sua carreira começou em 1997, quando seu então marido e jogador de futebol profissional, Pierre Mtumbula Mulamba Ndaye (ex-jogador do time The Leopards do Zaire), a abandonou, juntamente com seus quatro filhos, para seguir sua carreira na África do Sul. Em uma carreira de 15 anos de arbitragem com inúmeros elogios da FIFA e da CAF (Confederação de Futebol Africano), Marie Agnès sofreu abuso físico e verbal dos fãs, mas continua se dedicar a preparar as gerações presentes e futuras de árbitras em seu país.
Lisa De Vanna (Safina Oberoi)
Lisa De Vanna é uma jogadora explosiva. Treinadores se referem a ela como "o tipo de jogadora que muda o jogo". Indiscutivelmente uma das melhores jogadoras da Austrália, ela também é a jogadora mais problemática – conhecida por entrar em brigas com suas colegas de equipe e jogadoras adversárias. Enquanto muitos questionam por que ela ainda está na equipe, outros afirmam que a inconstância da atacante evoca tanto hostilidade quanto compaixão.