O Brasil parou em maio de 2018. Caminhoneiros de todo o país estacionaram seus veículos, bloquearam rodovias e interromperam totalmente o abastecimento de cidades. As reivindicações, inicialmente focadas em diminuição dos preços de pedágios, impostos e combustíveis, além do tabelamento do valor do frete, ganharam contornos políticos, com pedidos por intervenção militar, deposição do então presidente Michel Temer e permissão do porte de armas para motoristas.

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Os cineastas Victória Álvares e Quentin Delaroche acompanharam de perto a paralisação em uma estrada em Pernambuco para entender os meandros da greve em “Bloqueio”, que estreia nesta quarta-feira (30) no Canal Brasil. Sem intervir no cotidiano dos grevistas, os diretores apontaram suas câmeras para as conversas de bastidores, a rotina dos dias à beira da estrada e os entraves entre os trabalhadores e as forças oficiais, tanto do exército quanto da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A câmera proporcionou diversos momentos de desabafos dos caminhoneiros, cujo desejo de serem ouvidos encontrava eco nas lentes. Íntimos dos cineastas, permitiam a gravação de discussões acaloradas sobre a postura do governo, questionavam a intromissão de partidos políticos – principalmente os identificados com a esquerda – e refutavam qualquer questionamento crítico.

Mesmo com os eufóricos pedidos de intervenção militar, enfrentaram a austeridade do exército e da PRF, tidos como truculentos e pouco simpáticos à causa, sem correlacionar os dois acontecimentos e com grande insatisfação. Poucos meses antes de uma eleição presidencial polarizada, os motores desligados impulsionaram a opinião pública ao relento do acostamento.

“Bloqueio” estreia dia 30 de outubro, às 20h no Canal Brasil.

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