Prestes a completar 100 anos no dia 12 de setembro, o Theatro Municipal de São Paulo ganha uma justa homenagem na TV Cultura. O canal exibe neste domingo, dia 11 de setembro, às 19h30, o documentário Theatro Municipal – 100 anos de arte, produzido pela TV Cultura e Secretaria Municipal de Cultura.

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O filme, dirigido por Helio Goldsztejn, tem como foco mostrar a história de arte do Theatro Municipal, por meio de imagens dos acervos da TV Cultura, Cinemateca Brasileira – TV Tupi e do próprio Museu do Theatro. Conta ainda com inúmeros depoimentos de músicos, historiadores, pesquisadores e jornalistas que participaram de sua história, em algum momento, ou que a conhecem a ponto de relembrar fatos marcantes ocorridos nos últimos 100 anos.

A começar pela inauguração, no dia 12 de setembro de 1911, após oito anos de construção, com a peça O Guarani, de Carlos Gomes, na abertura, que foi precedida pelo barítono Titta Ruffo, como protagonista da ópera Hamlet. Além disso, neste dia, a cidade presenciou seu primeiro grande congestionamento. “Dizem que São Paulo parou porque os convidados chegavam nas suas carruagens e não era de bom tom saltar na esquina e entrar a pé”, conta a historiadora Marcia Camargos.

Depoimentos emocionantes de grandes nomes revigoram a lembrança desse espaço como cenário artístico. A atriz Eva Wilma define o teatro como sendo verdadeiros templos. “Lugares onde a gente consegue mergulhar fundo dentro de si mesmo e se inspirar”, diz. O dramaturgo Antunes Filho fala, emocionado, da importância do Municipal na sua vida. “Eu não teria sido quem eu sou se não fosse o Theatro Municipal”, declara. E a cantora Celine Imbert afirma: “É o teatro mais lindo que tem no Brasil”.

Destacadas apresentações, como a da pianista Magdalena Tagiaferro com a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, em 1978; de Maria Callas, Mikhail Baryshnikov, Ruth Escobar, Villa-Lobos, entre outros, estão em memoráveis imagens de arquivo. Outro ponto de destaque do programa é a adoção da dramaturgia para reviver a Semana de Arte Moderna, em 1922, que teve o Theatro como cenário. Representando o escritor Mário de Andrade para recontar algumas passagens do movimento está o ator Pascoal da Conceição.

Símbolo contestatório, a escadaria externa foi palco de muitas manifestações. De lá, Cacilda Becker, Walmor Chagas e Fernanda Montenegro reivindicaram a democracia durante o regime militar, fato que o documentário também resgata com imagens de arquivo. Fernanda, junto com outros artistas, participou do movimento Teatro na rua contra a censura, em 1968, na Praça Ramos de Azevedo. Na ocasião, a um repórter, ela declarou: “A greve, que pela primeira vez está sendo feita, infelizmente num teatro brasileiro, é contra a censura e a favor da cultura”,

O filme ainda aborda a recente reforma do Theatro, que durou três anos e foi finalizada em junho, e o concerto de reabertura. Os novos talentos do Municipal ligados ao Balé da Cidade de São Paulo, Quarteto de Cordas, Coral Lírico e Orquestra Sinfônica da Cidade de São Paulo, como o violista Marcelo Jaffé e a bailarina Lara Pinheiro, também deixam suas impressões.

O especial também conta com a interpretação e depoimentos de Benito Maresca, um dos últimos concedidos pelo cantor lírico brasileiro antes de sua morte, ocorrida em 11 de junho deste ano, um dia após a reabertura do Theatro Municipal.

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