O canal de TV por assinatura GNT comunicou mais uma alteração na programação deste domingo para o programa "Marília Gabriela". Depois de anunciar como convidada a ex-presidenciável Marina Silva, o canal divulgou que a entrevistada seria Glória Maria. No início da noite desta quinta-feira, nova alteração foi realizada.

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O “Marília Gabriela Entrevista” deste domingo, dia 14, às 22h, traz a médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi. Desde jovem, ela buscava respostas para indagações do ser humano. Depois de estudar filosofia, decidiu ser médica para tratar seus pacientes de modo holístico. Especializou-se na área, pois, segundo Nise, câncer é um desafio e um aprendizado.

A médica começa a entrevista explicando o que é o câncer, a evolução e a notoriedade do tema durantes os últimos anos: “em 1960 as pessoas morriam de uma série de coisas e não tinham tempo de envelhecer. Não tinham tempo de ficarem velhos, fase em que as células ficam mortas ou mais cansadas". Gabi quer saber qual o tipo de câncer que mais cresce atualmente. "O câncer que mais cresce é entre as mulheres e é o de pulmão, pois elas começaram a fumar há 30 anos", conta. E explica quais são os mais comuns: "outros cânceres como de intestino estão cada vez mais comuns pela ingestão de carne vermelha e gordura animal e também não sabemos o papel que os agrotóxicos têm em nossa vida". A apresentadora brinca e pergunta se Nise já foi repreendida pela campanha contra a carne vermelha. “Hoje está muito consciente a questão da carne. Nunca me chamaram a atenção por falar mal do tabaco ou da carne, as gorduras animais são ervas daninhas que aumentam a insulina".

Atuando no hospital Sírio-Libanês, a Drª Nise Yamaguchi é uma das primeiras especialistas em tratamento de câncer no Brasil, com mais de oito mil casos em seu currículo. Ela revela que até o Narguilé, sensação entre os jovens, é prejudicial. “É quase um maço de cigarros em 1h30 e vicia sim!”. E conta que o número de fumantes vem caindo ao longo dos anos: “hoje se fuma menos que há dez anos atrás", explica. Segundo Nise, o pigarro que vem com a tosse é um sinal dos males do cigarro. “É uma descamação de células boas do pulmão que nos defenderia". A médica explica também que a carne vermelha e a falta de fibras ajudam no crescimento do câncer no intestino.

A apresentadora questiona se é verdade que nos jovens é mais difícil detectar câncer do que em crianças? "Ninguém espera encontrar câncer em um jovem. A mama de uma jovem é mais densa, não evidencia quase nada. Não dá para fazer uma mamografia, se faz é um ultrassom. Outro câncer difícil é o câncer dos ossos, que passa batido". Segundo a médica, existe muita crendice sobre tudo o que poderia causar a doença. “O câncer é multifatorial. Precisa de muitas mutações para isso", conclui. Gabi levanta a questão sobre qual a maior incidência, se em mulher ou homem. "Existem tipos diferentes. Por causa do tabagismo o homem tem mais câncer de pulmão. O homem tem mais de próstata e a mulher, de mama. A longevidade também interfere. Se fizer exame de próstata em homens de 100 anos todos terão indícios, mas não o suficiente para oferecer perigo", revela.

O humor pode interferir, mesmo indiretamente, no desenvolvimento da doença. Drª Nise explica que tristeza e depressão produzem mais adrenalina e mais cortisona, o que causa baixa imunidade. “Não se sabe exatamente o papel disso em uma célula tumoral que precisa da imunidade. Para um paciente que está com câncer, é melhor ser alto astral!”, adverte. Pensando nisso, a médica desenvolve um projeto chamado Terapia Artística: “a arte atua no cérebro, produz serotonina e aumenta a imunidade. Um estudo sobre os efeitos da poesia no cérebro mostra a sensação de bem-estar”.

Diante de tantos tratamentos e prevenções, Gabi é incisiva quando pergunta se nenhum câncer é mortal. “O câncer detectado precocemente tem grandes chances de ser curado”, explica Drª Nise. Segundo ela, no Brasil, antigamente o paciente não sabia que tinha a doença: “ninguém falava para o paciente que ele tinha câncer e na Alemanha era normal, ele fazia parte deste processo”. A apresentadora indaga se com a doença do paciente, a família também fica doente. “Não só a família como os amigos. Alguns me dizem: ‘eu não sabia que era tão amado’”.

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