Direção, produção, montagem e distribuição. São muitas as vertentes de atuação de Roberto Farias, um dos maiores nomes do cinema nacional. Nascido em 1932 na cidade de Nova Friburgo (RJ), começou carreira aos 18 anos como assistente na Atlântida Cinematográfica, referência no gênero à sua época. Ao longo de mais de seis décadas, assinou mais de 20 trabalhos, dentre filmes, séries e programas. Sua contribuição, no entanto, não ficou restrita aos sets de gravação: fundou a Difilme, distribuidora independente ligada aos representantes do Cinema Novo; geriu a Embrafilme, empresa estatal que protagonizou a chamada “era de ouro” da sétima arte do país; além de ter presidido o Sindicato Nacional da Indústria Cinematográfica.

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Roberto Farias construiu uma vasta trajetória como realizador, tanto abordando temas polêmicos quanto criando histórias leves e bem-humoradas. No mês em que completa 80 anos, o Canal Brasil exibe uma seleção com oito produções clássicas de sua autoriana Mostra Roberto Farias 80 Anos: Rico Ri à Toa (1957), Assalto ao Trem Pagador (1962), Selva Trágica (1964), Toda Donzela Tem um Pai Que É uma Fera (1966), Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (1968), Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa (1970), Roberto Carlos a 300 Km por Hora (1971) e Pra Frente Brasil (1983).

Estreia: segunda, dia 26/03, às 18h30.

1º Horário: de segunda a quinta, às 18h30.

Alternativo: terça a sexta, às 12h30.

Confira a lista da Mostra Roberto Faria 80 Anos:

Segunda, dia 26/03, às 18h30 e terça, dia 27/03, às 12h30

Assalto ao Trem Pagador (1962) (103’) – Eliezer Gomes, Reginaldo Faria, Grande Otelo, Jorge Dória, Ruth de Souza e Mário Lago compõem o elenco deste clássico do cinema nacional, baseado em um caso verídico ocorrido no Rio de Janeiro, em 1960. Extensamente laureado, o título faturou, no ano de seu lançamento, os troféus de melhor atriz coadjuvante (Luiza Maranhão) e revelação (Eliezer Gomes) no Festival de Cinema de Curitiba; em 1963, recebeu o Prêmio Caravela de Prata, no Festival de Lisboa, dentre outros.

O bando de Tião Medonho (Eliezer Gomes) ataca e assalta o trem pagador da Central do Brasil, entre Japeri e Paes Leme, explodindo os trilhos com dinamite. Armados com revólveres e metralhadoras, os seis bandidos levam 27 milhões de cruzeiros e matam um homem. Após o crime, eles decidem gastar no máximo dez por cento do valor roubado para não despertar suspeitas da polícia. No entanto, Grilo Peru (Reginaldo Faria), um dos integrantes da quadrilha, contraria o que foi combinado e coloca a liberdade de todos em jogo.

Terça, dia 27/03, às 18h30 e quarta, dia 28/03, às 12h30

Toda Donzela Tem um Pai Que É uma Fera (1966) (101’)
Baseado na obra teatral de Gláucio Gil, o filme conta a história de um casal que passa por maus bocados graças a uma visita inesperada. Vencedor do prêmio de melhor fotografia no Festival de Cinema de Juiz de Fora em 1966, a produção tem no elenco Reginaldo Faria, John Herbert, Milton Gonçalves e Vera Viana, dentre outros.

Joãozinho (Reginaldo Faria), um paquerador incorrigível, se envolve com Daisy (Vera Viana), jovem superprotegida pela família. Após decidirem morar juntos – mesmo sem formalizarem a união –, os namorados são surpreendidos pela aparição do pai da moça, inconformado com a situação e disposto a tudo para revertê-la.

Quarta, dia 28/03, às 18h30 e quinta, dia 29/03, às 12h30

Pra Frente Brasil (1983) (106’)
Sob o título da canção que embalou a seleção brasileira de futebol campeã mundial em 1970, a produção foi pioneira ao mostrar de forma aberta a violência sofrida pelos presos nos porões da ditatura. No elenco, estão Reginaldo Faria, Carlos Zara, Antônio Fagundes e Natália do Valle, dentre outros. A obra faturou os prêmios de melhor filme e montagem no Festival de Gramado de 1982.

A euforia pelo milagre econômico e pela Copa do Mundo é grande nas ruas. Jofre (Reginaldo Faria) é um pacato cidadão de classe-média, sem qualquer envolvimento com guerrilhas de esquerda. Em meio às comemorações, ele é confundido com um ativista político pelas autoridades, sendo posteriormente levado ao cárcere e torturado por agentes federais. Enquanto o homem sofre as consequências de atos que não cometeu, sua família busca as respostas para o desaparecimento.

Quinta, dia 29/03, às 18h30 e sexta, dia 30/03, às 12h30

Rico Ri à Toa (1957) (98’)
Em sua estreia na direção, Roberto Farias constrói uma comédia baseada na história de um homem simples que, por obra do acaso, recebe uma grande quantia em dinheiro. O acontecimento fortuito, no entanto, acaba se transformando em uma grande confusão. Protagonizada pelo humorista Zé Trindade, a produção tem no elenco Violeta Ferraz, Armando Camargo e Silvinha Chiozzo, dentre outros.

Zé (Zé Trindade) é um motorista de táxi apaixonado pelo seu carro, que vive discutindo com passageiros. Certo dia, ele recebe a visita de um advogado misterioso, que lhe informa da existência de uma herança de 85 milhões de cruzeiros, deixada por um parente português desconhecido. Apesar de desconfiado, Zé usufrui da nova vida proporcionada pela pomposa quantia, mas tudo pode não passar de um golpe.

Segunda, dia 02/04, às 18h30 e terça, dia 03/04, às 12h30

Selva Trágica (1964) (101’) – O longa-metragem aproxima-se da produção politizada do Cinema Novo e traz no elenco Reginaldo Faria, Maurício do Valle, Rejane Medeiros, Jofre Soares, Mario Petraglia e Aurélio Teixeira, dentre outros. Conquistando a crítica, Reginaldo recebeu o Prêmio Governador do Estado de São Paulo de melhor ator, em 1965.

As plantações de mate do Paraguai fazem dos homens e mulheres escravos, num tratamento cruel e desumano imposto pelos proprietários preocupados somente com a produção. O filme, baseado no romance homônimo de Hernani Donato, é uma denúncia das relações desiguais vividas no campo e negligenciadas pela política.

Terça, dia 03/04, às 18h30 e quarta, dia 04/04, às 12h30

Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (1968) (97’)
Roberto Carlos, José Lewgoy, Reginaldo Faria, Wanderléa e David Cardoso integram o elenco da primeira parte da trilogia com o “Rei”. Destaque para as canções Como É Grande o Meu Amor por Você, Eu Sou Terrível, Namoradinha de um Amigo Meu, Negro Gato, Eu Te Darei o Céu, De Que Vale Tudo Isso, Por Isso Corro Demais e Quando, esta cantada numa cena em que Roberto se apresenta no terraço de um prédio.

Na trama, o protagonista é um famoso cantor brasileiro, que se vê perseguido por bandidos internacionais enquanto participa de um filme. Com o intuito de despistá-los, ele encara as mais alucinantes aventuras, como dirigir em alta velocidade na estrada do Corcovado, escalar o Cristo Redentor e até mesmo pilotar um helicóptero que atravessa o Túnel do Pasmado, um dos mais movimentados da cidade, em direção a Copacabana.

Quarta, dia 04/04, às 18h30 e quinta, dia 05/04, às 12h30

Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa (1970) (94’)
Rodado em Israel, no Japão, em Portugal e no Brasil, o longa reúne, pela primeira vez, os três maiores ídolos da Jovem Guarda: Roberto, Erasmo e Wanderléa. Considerado um dos grandes êxitos de bilheteria da época, a produção conta com os hits As Curvas da Estrada de Santos; É Preciso Saber Viver; O Diamante Cor-de-rosa; 120,150,200 Km/h; Não Vou Ficar; dentre outros.

Numa praia do Oriente, há 2.880 anos, um náufrago é atacado por uma tribo de bárbaros. Antes de morrer, ele confia a um guerreiro a guarda de uma estatueta, contendo um pergaminho. Trata-se de um mapa, que mostra a localização de um diamante guardado no túmulo de dois reis fenícios. Tempos mais tarde, em Tóquio, o trio, em turnê pelo Oriente, vai às compras e descobre o objeto numa loja de souvenirs. Porém, a peça é roubada por bandidos, iniciando uma caçada repleta de aventura.

Quinta, dia 05/04, às 18h30 e sexta, dia 06/04, às 12h30

Roberto Carlos a 300 Km por Hora (1971) (99’)
Apesar de não cantar em cena, Roberto Carlos assina a trilha sonora e traz sucessos, como De Tanto Amor, Todos Estão Surdos, Masculino e Feminino e De Quem Será. A produção recebeu o Prêmio Governador do Estado de São Paulo e Coruja de Ouro de melhor edição, ambos em 1971.

O mecânico Lalo (Roberto Carlos) trabalha numa revendedora de carros e é vidrado em corridas. Tímido com as mulheres, o jovem nutre uma grande paixão por Luciana (Libânia Almeida), namorada de Rodolfo (Raul Cortez), seu chefe e ás do automobilismo brasileiro. Como praxe, ele treina despretensiosamente no carro do patrão, especialmente fabricado para a Taça Brasil. Quando Rodolfo desiste de participar do prêmio, abre-se a possibilidade de Lalo ocupar seu lugar.

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