Conar exige que Claro modifique anúncio após reclamação sobre estereótipos de gênero no esporte feminino
O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) interveio solicitando uma alteração em uma propaganda da Claro, que era transmitida na televisão e no YouTube, devido a uma reclamação de um consumidor. A controvérsia surgiu porque o anúncio, que promovia o iPhone 15, foi acusado de perpetuar estereótipos de gênero ao focar em imagens de duas tenistas em uma competição.
O caso, registrado sob o número 168/24, foi avaliado pela Segunda Câmara do Conar em dezembro de 2024, com relatoria da conselheira Priscilla Ceruti. A crítica partiu de um consumidor que se opôs à maneira como o anúncio apresentava o evento esportivo, priorizando as imagens das atletas em vez do próprio jogo. Isso levantou uma discussão sobre como as campanhas publicitárias podem influenciar na manutenção de estereótipos culturais e na objetificação das mulheres.
No comercial em questão, dois homens são mostrados nas arquibancadas de um torneio de tênis, capturando fotos da partida com seus smartphones e competindo para ver quem conseguia a melhor imagem. Embora não apresentasse conteúdo sexualizado ou insinuações diretas, a narrativa reforçava um padrão frequente no esporte: a minimização do desempenho feminino em detrimento da aparência das jogadoras.
A ampliação do debate ocorreu especialmente porque o incidente coincidiu com os Jogos Olímpicos de Paris 2024, período no qual o próprio comitê organizador havia instruído os cinegrafistas a evitar enquadramentos que promovessem o sexismo. Essa diretriz destaca a crescente preocupação com a representação do esporte feminino nos meios de comunicação.
Em defesa, a Claro argumentou que houve uma interpretação exagerada da reclamação, defendendo que o anúncio tinha um tom humorístico e visava apenas destacar a parceria com a fabricante do smartphone. A empresa também alegou que a campanha valorizava o desempenho das tenistas e refletia a paixão pelo esporte e pela tecnologia.
Contudo, esses argumentos não foram suficientes para convencer a relatora do caso. Priscilla Ceruti destacou que vivemos em uma sociedade que está em constante evolução em termos de igualdade de gênero, diversidade e inclusão. Segundo ela, é essencial considerar o contexto social e os impactos que tais mensagens publicitárias podem ter na percepção do papel das mulheres no esporte e na sociedade em geral.
Com base em diversos artigos do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, o Conar exigiu que a Claro modificasse a campanha para remover qualquer elemento que pudesse ser visto como uma forma de objetificação feminina. A sugestão da relatora foi alterar a narrativa do anúncio para que a disputa entre os personagens não girasse em torno das imagens das jogadoras, propondo alternativas como a inclusão de torcedores de diferentes gêneros ou uma abordagem que enfatizasse mais o jogo do que a aparência das atletas.
A decisão do Conar, tomada pela maioria, instrui a empresa de telecomunicações a reestruturar o comercial, de forma a alinhá-lo aos princípios de equidade e respeito à imagem feminina. Esta determinação sublinha a responsabilidade da publicidade e promove uma reflexão mais ampla sobre como as práticas publicitárias podem moldar valores sociais.
Em conformidade com a decisão do Conselho, a Claro prontamente retirou o vídeo de suas plataformas digitais.
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Contribuinte essencial para a seção “Notícias” do VCFAZ.TV, Steffi Graf é especializada em atualidades do setor de entretenimento, incluindo anúncios importantes e eventos da indústria. De São Paulo, ela oferece reportagens detalhadas que permitem aos leitores permanecerem informados e engajados.