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Os realities de confinamento no Brasil, desde os tempos idos da Casa dos Artistas, funcionam como “novela da vida real”. A cada capítulo, o telespectador torce para o seu mocinho ou mocinha e defenestra os vilões.

Nestas edições recentes do “BBB”, principalmente, o chamado “merchandising social”, que também aparece nas telenovelas, ganha cada vez mais espaço e reverbera nas redes sociais. No ano passado, o machismo e o empoderamento da mulher marcaram o “BBB20”. No “BBB19”, a direção do reality já tinha tentado abordar a questão da militância. Porém, os integrantes da chamada “gaiola” não partiram para o confronto.

Desta vez, no “BBB21”, os chamados “militantes” já ecoaram e defendem o seu discurso em um tom belicoso. Ao contrário de Babu Santana, que incorporou a fala de uma forma didática e natural no “BBB20”, os integrantes da “militância”, desta vez, se comportam de uma forma beligerante. O ativismo já esfarelou a imagem de alguns brothers e sisters.

Karol Conká e Lumena lideram esse movimento dentro do confinamento. Postura agressiva e opressora. Ao invés de provocar reflexão, jogam rejeição em discussões importantes. “Cancelam” os oponentes por não compartilharem de sua visão de mundo. Karol incorpora a persona de vilã ao escorraçar Lucas Penteado. Ela chegou a comentar sobre os “pensamentos fétidos e o bafo” do rapaz. Lamentável.

Lucas é mais um participante selecionado que enfrenta, nitidamente, distúrbios psicológicos. Esse perfil é selecionado justamente para “causar” no confinamento. O sofrimento se transforma em entretenimento. Mais índices de audiência e mais lucro para as emissoras.

O paulistano já iniciou com um erro estratégico ao apoiar a tentativa de formar um grupo contra as mulheres. Depois, defendeu que os pretos precisariam se unir para derrotar os brancos. E revelou que não se relaciona com pessoas brancas. Postura segregadora. Projota foi muito feliz ao ter uma conversa franca com o “brother” ao pregar o convívio harmônico de brancos e afrodescendentes.

Eis que Tiago Leifert, inadvertidamente, elogiou a postura do rapper durante a votação no último domingo (31/01). O apresentador interferiu diretamente no jogo ao trazer um elemento externo.

“BBB21” ainda deverá explorar a tensão entre brancos e pretos e discussões sobre a cultura do “cancelamento”. Esses são os sinais emitidos nesta primeira semana. Há ainda mais de 90 dias de jogo. Agora é espiar pelo buraco da fechadura, ou melhor, pelas câmeras espalhadas pela casa mais vigiada do Brasil.  Até aqui, os canceladores estão sendo cancelados.

Fabio Maksymczuk

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