Filho de uma família circense, Roberto Talma começou a carreira profissional aos nove anos, integrando um grupo de sapateado que se apresentava no programa ‘A Grande Gincana Kibon’. No início da década de 60, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, trabalhou por um tempo na antiga emissora TV Rio, passando também pela TV Excelsior e pela TV Tupi, até ser contratado pela TV Globo, em 1969. Na emissora, Roberto Talma começou como operador de videoteipe e, ainda no início da década de 70, foi transferido para o núcleo de dramaturgia, onde passou a editar novelas e a trabalhar com o diretor Daniel Filho. Seu primeiro trabalho foi na novela ‘Selva de Pedra’ (1972), de Janete Clair, dirigida por Walter Avancini.

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Você participou do processo de escolha da obra ‘O Astro’ para a comemoração dos 60 anos de teledramaturgia no Brasil? Por que ‘O Astro’? Qual a importância dessa obra?

RT: Sim, foi uma decisão junto à direção da TV Globo, não só para celebrarmos os 60 anos da telenovela, mas também para matarmos a saudade de Janete Clair. Em termos de importância dessa obra, basta lembrar a frase que o poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu em sua coluna logo depois do fim da novela: “Agora que ‘O Astro’ acabou, vamos cuidar da vida, que o Brasil está lá fora esperando”.

Sua carreira profissional começou aos nove anos, como dançarino e ator. Logo, nos anos 60, já circulava pelos bastidores da TV e, em 1969, estava contratado pela TV Globo. Trabalhou em inúmeras novelas de Janete Clair. Como era sua relação com a dama da teledramaturgia brasileira? Como se sente em participar de uma releitura de suas obras?

RT: A minha relação com ela sempre foi a melhor possível, ela era muito amiga. Estou feliz, não só pela importância do projeto, mas, principalmente, pelo fato de a obra da Janete ser revisitada.

Trabalhou também com Daniel Filho por muitas vezes. É a primeira vez que o dirige como ator? Como é para você dirigir um diretor?

RT: É sempre bom gravar com gente de talento e amigo da vida inteira.

O processo de escalação de elenco é, com certeza, um dos mais importantes em uma novela ou minissérie. Como foi feita essa escolha em ‘O Astro’? Como é a parceira entre você, Mauro Mendonça Filho e os autores Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro?

RT: O processo foi feito com bastante calma e muita conversa entre eu, o diretor-geral Mauro Mendonça Filho, Geraldo e Alcides.

Os autores chegaram a comentar que foi você que juntou a dupla para esse trabalho. Por que pensou nessa junção de Alcides com Geraldo?

RT: O Geraldo e eu trabalhamos há muito tempo juntos, com vários projetos. Estava com saudade de nos juntar de novo. O Alcides, eu sempre o admirei e tinha vontade de fazer alguma coisa com ele. Aí, pintou ‘O Astro’, uma boa chance de unir os dois amigos.

Você tem 42 anos de TV Globo. Participou de toda história da emissora e acompanhou de perto a evolução da teledramaturgia no Brasil. Quais foram os ganhos na produção de uma novela, em sua opinião? O que vai usar de novas tecnologias em ‘O Astro’?

RT: A evolução na televisão é cada vez maior e pode ser sentida na cenografia, figurino e luz. Sem falar dos autores antenados com seu tempo e o uso da tecnologia para nos aproximarmos cada vez mais da realidade. Em ‘O Astro’, vamos usar de tudo um pouco.

Você já dirigiu muitos trabalhamos importantes. Isso aumenta a pressão na hora de assinar um especial como ‘O Astro’?

RT: Sim, foram muitos. A cobrança é cada vez maior e vem direto do telespectador, que nos obriga a ter cada vez mais atenção.

Por: Gardênia Vargas

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