Barbara Thomaz entrevista os entusiastas do Tecnobrega: Gaby Amaranto, cantora e musa do ritmo, e o sound-stylist Jackson Araújo para o GLAM, programa exibido pelo Glitz* que busca entender o gênero musical contagiante que já ultrapassou as fronteiras nacionais, mas que só recentemente começou a ser conhecido do público em grande parte do País. O programa vai ao ar nesta terça-feira, dia 25 de outubro, às 22h.

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Derivado de ritmos como o merengue, a cúmbia, o carimbo e as guitarradas, o ritmo nasceu na periferia de Belém do Pará, no início dos anos 2000, e é uma fusão da tradicional música brega com a música eletrônica. Aliado aos sintetizadores, o ritmo tem a tecnologia como elemento fundamental na sua construção. As apresentações são cercadas de pesada aparelhagem de som, com efeitos especiais, telão de LED, luz, armação e strobe.

O Tecnobrega foi criado pela meninada de 12, 13 anos de idade, dentro de casa, no fundo do quintal. Garotada que baixava programas e fazia música pelo computador e o estilo acabou tomando proporções gigantescas”, diz Gaby Amaranto.

No Brasil, o estilo ainda está muito ligado as regiões norte do País, mas começa a aparecer no sudeste em festas como a Tropicanália, a Gambiarra e a Brega Chique que acontecem em São Paulo.

Para o sound-stylist Jackson Araújo, o movimento é, talvez, o mais importante da música genuinamente brasileira, depois do mangue beat (mistura de ritmos regionais do Recife) e do funk.

O movimento também se destaca por ter se desenvolvido independentemente das grandes gravadoras e se utiliza da pirataria como maior forma de divulgação, o que coloca em cheque os conceitos de direitos autorais vigentes. O estilo criou um mercado com formas alternativas de produção e distribuição. No Pará, as pessoas gravam os seus CDs, entregam para os DJs ou ainda para as “rádios de poste”, que são os postes de iluminação com alto falantes, muito comuns por lá. “Esse sistema de divulgação e distribuição do tecnobrega criou um novo modelo de mercado que quebrou a hegemonia da gravadora e a obrigatoriedade de passar por uma rádio”, analisa Gaby.

O mercado do tecnobrega gira em torno das festas de aparelhagem, que servem também como local de difusão de novos sucessos. Durante os festivais, os DJs recebem discos dos produtores e tocam as novas canções. Quando a música faz sucesso em uma festa de aparelhagem, a divulgação no mercado aumenta através da reprodução não autorizada. Para Jackson, esse cenário é muito positivo e o faz pensar que o movimento trabalha a economia de uma forma livre, valorizando a troca.

A partir do Tecnobrega, desenvolveram-se variações do ritmo como o tecnomelody, que é um pouco mais dançante e compassado e o eletromelody, que traz melodia e swing para o gênero musical.

GLAM é um programa sobre tendências – de moda, arte, cultura, música e comportamento. Uma revista eletrônica moderna que mostra tudo o que há de mais atual no mundo, de maneira descontraída.

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