Em junho, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) registrou um aumento de 0,40%, enquanto em maio havia sido de 0,86%. Segundo o IBGE, foi a menor variação para junho desde 2013, quando houve aumento de 0,38%. Neste sentido, no acumulado, a inflação do primeiro semestre que atinge 4,62% é bem inferior aos 6,28% do mesmo período de 2015.
No mês, a desaceleração da inflação no país se deu especialmente pelo resultado do grupo de Alimentação e Bebidas, que teve um aumento de 0,35% e tem forte peso na composição do indicador. Em maio este grupo havia avançado 1,03%. Além disso, alguns produtos tiveram importante impacto na desaceleração da inflação. Houve queda nos preços de produtos como cenoura (-25,63%), tomate (-8,10%), anchova (-6,84%), etanol (-6,60%) e passagem aérea (-4,11%).
Em uma análise comparada entre maio e junho, os dados do Instituto Brasilerio de Geografia e Estatística também revelaram desaceleração da inflação em produtos de grupos como Saúde e Cuidados Pessoais, que passou de 2,54% para 1,03%, vestuário, de 0,72% para 0,42%, e Educação, de 0,29% para 0,06%.
Apesar da inflação medida pelo IPCA-15 de junho ter vindo abaixo do esperado por muitos economistas, sobretudo devido à desaceleração no grupo de alimentação e bebidas, a tendência é que ocorram ainda alguns percalços em sua trajetória. O grupo de Alimentação e Bebidas deverá sofrer um impacto inflacionário expressivo no próximo mês. Isso porque, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) referente ao setor agropecuário, que tem parcela significativa dos Índices Gerais de Preços (IGPs), está subindo acima de 4% no mês. No entanto, é importante enfatizar que a medida para controlar a atual inflação não perpassa juros altos, uma vez que não se trata de uma inflação de demanda. A política monetária pautada por juros altos tem sido adversa à retomada do crescimento econômico e fator decisivo, junto com a austeridade fiscal, para crise econômica no país.