O GNT homenageia o ex-vice-presidente José Alencar (1932 – 2011), que morreu na terça, dia 29, por falência múltiplas de órgãos, e reapresenta o programa "Marília Gabriela Entrevista" neste domingo, dia 3, às 22h. Exibida em 2009, a entrevista conta agora com comentários pessoais de Gabi sobre o programa e sobre o ex-vice-presidente. Nome de extrema importância nacional, Alencar revelou um pouco de suas histórias nos negócios e na política, além de contar também sobre a sua luta contra o câncer e outras conquistas. Já no início da entrevista, o político explicou de que maneira gostaria de ser percebido pelo público: “Eu sou um homem comum e prefiro ser visto como um homem comum. Por exemplo, quando eu fiz aquela cirurgia complicada e de 18 horas, muita gente dizia que eu era um homem corajoso. Mas eu não considero assim, afinal, eu fiz porque não tinha outra saída; não havia coragem alguma, aquilo foi uma decisão e eu não tinha alternativa”, desabafa.

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José Alencar conversou sobre a sua amizade com o presidente. “Nós somos amicíssimos e eu tenho o maior apreço por ele, até mesmo porque o Lula tem feito um governo excelente”, conta. E explicou sua famosa afirmação de que vice-presidente não manda: “vice-presidente não manda nada; apenas pede quando a causa é boa e pede com empenho quando a causa é nobre”. Empresário do ramo de tecidos, o convidado de Gabi aproveitou a ocasião para aconselhar jovens empreendedores: “É preciso persistência, gostar do fazer e conhecer bem o próprio negócio e dedicar-se a ele. Comprar e vender barato, além de não comprar e nem vender nada sem nota fiscal”.

O segredo do sucesso do casamento de 52 anos com Mariza Alencar também foi assunto do bate-papo. “Quando há realmente amor e compreensão é fácil e um casamento não deve ser desfeito. Hoje, as separações são tão comuns que as coisas se inverteram”, opinou José Alencar. Para Gabi, o entrevistado confessou o que já foi motivo de crise e desavença em casa. “O controle remoto da televisão, por exemplo, é motivo de briga até hoje. Eu quero ver notícias e a mulher quer ver novela”, divertiu-se. Décimo primeiro filho de uma família de 15 irmãos, o convidado reviveu boas lembranças da infância, na casa dos pais, em Minas Gerais. “Nunca, nenhum de nós viu qualquer desentendimento entre os nossos pais. E o meu relacionamento com os meus irmãos também é muito bom”. Torcedor do Nacional de Muriaé, clube de futebol da cidade em que foi criado, no interior de Minas Gerais, o ex-vice-presidente terminou o segundo bloco cantando um trecho do hino.

Apesar de não ter começado a carreira política bem cedo, o ex-vice-presidente da república contou que sempre esteve envolvido, engajadamente, com o assunto. “Sempre gostei de política, sempre ajudava muito nas eleições de grandes amigos meus, lá no interior de Minas Gerais. Mas só fui ingressar em um partido no ano de 1993 e disputei minha primeira eleição em 1994”. E, uma vez no assunto, José Alencar revelou o que há de melhor e o que de pior existe dentro da política. “O melhor é a oportunidade de fazer aquilo que você sempre teve vontade de fazer quando estava fora dela. E, o pior fica por conta das más notícias que constroem o prejuízo na imagem do homem público no Brasil, por conta de uma minoria”, contou.

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